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A história de um porteiro que rodou o mundo

  • Victor Morita
  • 6 de jul. de 2016
  • 2 min de leitura

Entre o abrir e o fechar do portão do Condomínio Universitário 2 existe um pequeno diálogo com o porteiro. Pode ser um “oi”, um breve “bom dia”, ou até mesmo um cumprimento sem palavras. Fato é que, por mais rápido e simples que seja esse diálogo, ele da origem a um importante vinculo do porteiro com os moradores dos 4 blocos que se encontram na rua Delaine Negro.

Fernando Carvalho de 57 anos é o principal personagem dessa história. Com apenas dois anos e meio na portaria ele compartilha um forte laço com os habitantes desse condomínio. “Eu gosto disso. A relação com as pessoas me mantém aqui”. Ir para portaria apenas para conversar com Fernando já se tornou rotina para algumas das pessoas que moram ali. Esse vínculo, segundo Fernando, facilita até mesmo seu trabalho em situações delicadas, pedir para alguém diminuir o som já não é mais uma tarefa complicada para ele graças a essa proximidade com os condôminos. A diversidade de personalidades é para ele um grande atrativo também. Cerca de 500 pessoas passam por ali todos os dias, cada um com seu jeito, cada um com sua história. “Esse dinamismo me faz bem, gosto de ter amizade. Minha antiga profissão me ajudou bastante a ter mais desenvoltura com as pessoas, mas a maior parte desse afeto vem do berço”.

Antes de assumir a portaria Fernando trabalhava como cinegrafista para emissoras de televisão e produtoras de vídeo. Logo aos 16 anos ele entrou no universo da cinegrafia através da indicação de um primo na TV Coroados de Londrina. Inexperiente, Fernando fez sua primeira reportagem sem foco, mas isso não foi um obstáculo para que ele crescesse no ramo. Passando por emissoras como Globo SP, Rio Preto, TV Tem e vários trabalhos como freelancer, Fernando ganhou experiência e chegou a viajar para vários países para filmar para o programa Auto Esporte da emissora Globo. Flórida, Besançon, Frankfurt, Las Vegas, Berlim, Los Angeles. A lista é longa. Todas essas viagens lhe ofereceram uma excelente experiência de trabalho. Com brilho nos olhos, ele se emociona ao lembrar de todas as histórias vividas por trás das câmeras, “Foi o que mais valeu na minha vida”.

Passados alguns anos, o destino trouxe o cinegrafista, agora já experiente, de volta para sua terra natal. Fernando trocou as câmeras pelos “bom dias” da portaria mas diz com convicção: “Ainda voltarei a filmar”. Convicção essa de quem viu boa parte da vida passar pelas lentes, entre uma cidade e outra, e principalmente com um sorriso alegre e humilde no rosto, o mesmo sorriso que conquistou e continua conquistando os moradores do Universitário 2.


 
 
 

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